Verdades Ensinadas na História do Rico e Lázaro

Os aniquilacionistas, com o propósito de contestar a verdade sobre a vida após a morte ensinada por Jesus na passagem do rico e Lázaro, afirmam que se trata de uma parábola. E, ensinar ou criar uma doutrina por meio de uma parábola é um erro metodológico que deve ser evitado. Antes de tudo, é bom que se diga que a passagem de Lucas 16.19- 31 se trata de um fato histórico contado em forma de parábola, como ficou provado, e não de uma parábola. Não obstante, mesmo que fosse uma parábola, devemos atentar para a seguinte verdade, Jesus jamais iria lançar mão de uma lenda, de uma fábula, de uma crendice mentirosa para ensinar uma verdade espiritual tão profunda como essa sobre a vida após a morte. Outro detalhe muito importante, para o qual devemos atentar, emerge do fato de que essa narrativa de Jesus, em Lucas 16.19-31, está em perfeita harmonia com os ensinos gerais das Escrituras sobre a vida após a morte. Por exemplo:

Agora, uma vez que tudo isso que Jesus demonstra nessa passagem é verdade, por que somente a questão sobre a vida consciente da alma, após a morte, não é verdade, uma vez que, de igual modo é confirmada pelas Escrituras? (Mt 10.28; Fp 1,23; 2Co 5.8; 12.1-4; Ap 6.9-11). Logo, tudo que temos a fazer é concordar com Jesus, crendo no seu ensino sobre a imortalidade da alma.

Ora, neste texto em momento algum Paulo está dizendo que o seu “espirito” estava presente com os irmãos de Colossos, mas sim, que “em espírito”. Logo, aqui, devemos entender espírito não como uma entidade separada do corpo (visto como esse vocábulo é polissêmico, isto é, possui uma gama de significados, ele deve ser interpretado à luz do contexto da passagem em que ele se encontra), mas sim, como pensamento, sentimento, propósito e objetivos. Sendo assim, o que Paulo quis dizer com essas palavras é: “Fisicamente eu não posso estar com vocês, mas no meu pensamento, no meu sentimento, no meu coração, nas minhas orações, estou presente convosco”. Mas, no caso de 2Co 12.1-4, ele deixa bem claro que ele não foi ao terceiro céu no pensamento ou no seu sentimento, ao contrário, ele diz que a sua experiência foi fora do corpo. Ele diz que foi arrebatado até o terceiro céu, o paraíso. No que diz respeito às visões e revelações, por exemplo, ele não diz que esteve lá em uma visão, mas apenas disse que teve visões e revelações, isto é, ele viu muita coisa por lá. Pois é impossível alguém ter ido a algum lugar sem que tenha visto alguma coisa. Não obstante, ele destaca apenas que ouviu palavras inefáveis, sem, contudo, achar que devam ser compartilhadas em sua carta.

12- O escritor aos Hebreus fala a respeito dos céus como o lugar dos “espíritos dos justos aperfeiçoados” (Hb 12.23).

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Fonte: Livro – Perguntas Difíceis de Responder – sobre a imortalidade da alma entre a morte e a ressurreição, Elias Soares de Moraes, Editora Beit Shalom, 2016.

 

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