Calvinismo: Um amor diferente

John Wesley uma vez disse:  “Agora o que pode, porventura, ser uma contradição mais clara do que esta, não apenas para toda a extensão e tendência geral da Escritura, mas também para aqueles textos específicos que expressamente declaram: ‘Deus é amor?”

[ WESLEY, John. “Free Grace”, Works. v. 3, Sermão 3, p. 552.]

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Com base direta nos argumentos desenvolvidos por Dave Hunt em Que Amor é Este? – A Falsa Representação de Deus no Calvinismo, é possível explicar com clareza por que o “amor” no calvinismo não é amor de fato, mas uma redefinição teológica que entra em choque com a revelação bíblica do caráter de Deus .


1. O amor calvinista não deseja o bem de todos

Biblicamente, amar implica querer genuinamente o bem do outro. Entretanto, no calvinismo, Deus não deseja salvar todos, mas apenas os eleitos. Segundo o sistema, Deus poderia salvar todos, mas decide não fazê-lo, decretando que a maioria da humanidade nasça sem qualquer possibilidade real de redenção.

Dave Hunt afirma que um “amor” que poderia salvar e escolhe não salvar não corresponde ao amor revelado nas Escrituras, especialmente quando a própria Bíblia declara que Deus “não quer que ninguém pereça” e que Cristo morreu pelo mundo .
Esse amor seletivo contradiz a noção bíblica de benevolência universal.


2. É um amor sem convite real e sem oferta sincera

No calvinismo, o evangelho é anunciado a todos, mas somente alguns têm a capacidade concedida por Deus para responder. Os demais ouvem o chamado sabendo que jamais poderão atendê-lo.

Hunt mostra que isso transforma os convites bíblicos — “vinde a mim”, “quem quiser” — em apelos não genuínos, pois Deus chama pessoas que Ele mesmo decidiu não capacitar para responder .
Um convite sem possibilidade real não é expressão de amor verdadeiro, mas de formalidade teológica.


3. Um amor que não morreu por todos

Outro ponto central é a expiação limitada. O calvinismo ensina que Cristo não morreu por toda a humanidade, mas apenas pelos eleitos. Assim, Deus supostamente “ama” pessoas por quem Cristo jamais derramou Seu sangue.

Dave Hunt enfatiza que, na Bíblia, o maior ato de amor divino é a cruz. Se Cristo não morreu por todos, então o amor de Deus não se estende a todos, o que entra em conflito direto com textos que afirmam que Jesus é o “Salvador do mundo” .
Um amor que exclui deliberadamente bilhões do sacrifício redentor não pode ser chamado de amor bíblico.


4. Um amor que cria pessoas para a condenação eterna

Talvez a crítica mais severa do livro seja esta: no calvinismo, Deus cria pessoas já destinadas ao inferno, não por rejeitarem a graça, mas porque nunca lhes foi concedida.

Hunt argumenta que isso transforma Deus em alguém que cria seres humanos sem esperança, apenas para manifestar Sua justiça punitiva. Esse conceito, segundo o autor, se aproxima perigosamente de uma caricatura de Deus como déspota, não como Pai amoroso .


5. Um amor sem relação, sem resposta e sem liberdade

O amor bíblico envolve relacionamento, resposta, reciprocidade consciente. No entanto, a graça irresistível ensina que o eleito é regenerado sem fé prévia, sem escolha e sem compreensão, sendo “forçado” espiritualmente a crer.

Hunt demonstra que isso esvazia o próprio conceito de amor, pois amor verdadeiro não se impõe mecanicamente, mas convida, persuade e respeita a resposta moral da pessoa .
Um relacionamento iniciado sem vontade e sem consciência não é amor, é determinação unilateral.


6. Um amor incompatível com Jesus Cristo

Por fim, o autor sustenta que o “amor” do calvinismo não se harmoniza com o amor revelado em Cristo. Jesus chora pelos perdidos, convida os que O rejeitam, sofre pela incredulidade humana e morre inclusive por aqueles que não crerão.

O Deus do calvinismo, porém:

Segundo Hunt, isso cria uma ruptura entre a teologia calvinista e o testemunho claro do Novo Testamento sobre o coração de Deus .


Conclusão

À luz do PDF, o “amor” no calvinismo não é amor no sentido bíblico, porque:

Trata-se de um amor redefinido filosoficamente, não revelado biblicamente. Por isso Dave Hunt afirma que o calvinismo não apenas erra em detalhes doutrinários, mas apresenta um falso retrato do Deus que é amor .

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