Biblicamente e pedagogicamente há boas razões para se ter cuidado em não usar crianças como pregadores. Seguem alguns pontos:
1. Imaturidade Espiritual e Doutrinária
- A pregação da Palavra exige discernimento, preparo e maturidade (2Tm 2:15).
- Crianças não possuem ainda a capacidade de compreender profundamente as Escrituras e, portanto, não podem expor com segurança a Palavra.
- A Bíblia mostra que os ministros devem ser aptos para ensinar (1Tm 3:2), algo que não se aplica a crianças.
2. Risco de Exposição e Manipulação
- Muitas vezes, quando se coloca uma criança para pregar, o foco não é a mensagem, mas a “graça” da criança falando. Isso pode desviar a atenção da seriedade da pregação.
- Há também o risco de manipulação emocional do público, transformando o púlpito em espetáculo (Mt 6:1-2).
3. Chamado e Ordem Bíblica
- O Novo Testamento mostra que o ministério da Palavra foi confiado a homens e mulheres maduros na fé (At 6:3; Tt 1:9).
- A criança deve ser ensinada (Pv 22:6; Dt 6:6-7), não encarregada de ensinar.
4. Prejuízo ao Desenvolvimento da Criança
- Exigir que uma criança pregue pode gerar pressão psicológica, vaidade precoce e até desviar sua motivação cristã para agradar pessoas em vez de a Deus.
- O correto é discipular a criança, ajudá-la a crescer em fé, mas sem impor a responsabilidade ministerial de pregar.
✅ Conclusão:
Crianças devem ser alunos e discípulos, não pregadores. O papel delas é aprender a Palavra, e o papel da igreja e dos pais é instruí-las. A pregação é um ministério que exige maturidade, responsabilidade e chamada divina — coisas que vêm com crescimento espiritual.