Segue uma análise bíblico-teológica e exegética de 2 Pedro 2.20–22, elaborada com base direta nos PDFs utilizados ao longo da conversa — Desconstruindo o Calvinismo (Hutson Smelley), Contra o Calvinismo (Roger Olson), Que Amor é Este? (Dave Hunt), O Outro Lado do Calvinismo (Laurence M. Vance) e Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia (Norman Geisler & Thomas Howe) — tratando especificamente da expressão “o caminho da justiça” e suas implicações soteriológicas.
É possível conhecer o caminho e depois abandoná-lo?
“Porque, se depois de terem escapado das contaminações do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez enredados nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro.
Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça do que, conhecendo-o, se desviarem do santo mandamento que lhes fora dado.”
(2Pe 2.20–21)
1. O contexto de 2 Pedro 2
Pedro trata de falsos mestres, mas não de incrédulos comuns. O capítulo descreve pessoas que:
- escaparam das contaminações do mundo (v.20);
- o fizeram pelo conhecimento de Jesus Cristo;
- conheceram o caminho da justiça;
- receberam um santo mandamento;
- e depois se desviaram.
Hutson Smelley observa que o texto descreve uma experiência espiritual real, não meramente externa ou intelectual .
2. “Escaparam das contaminações do mundo”
A expressão usada por Pedro (apophygontes) indica libertação real, não tentativa frustrada.
Norman Geisler explica que esse mesmo verbo é usado para falar de livramento efetivo, não de simples exposição religiosa .
Logo, o texto não descreve falsos convertidos, mas pessoas que realmente romperam com a antiga vida.
3. “Pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo”
O termo grego epígnōsis indica conhecimento pleno, relacional e experiencial, não mera informação doutrinária.
Roger Olson destaca que o Novo Testamento nunca usa epígnōsis para descrever um conhecimento salvador “falso” ou meramente aparente .
Pedro, portanto, não está falando de:
- curiosos,
- simpatizantes,
- quase cristãos,
mas de pessoas que conheceram verdadeiramente a Cristo.
4. O significado de “o caminho da justiça”
A expressão “caminho da justiça” não é vaga nem simbólica.
Laurence Vance observa que, no Novo Testamento, “caminho” (hodós) refere-se:
- ao caminho cristão,
- à vida em Cristo,
- à caminhada da fé e da obediência .
Além disso:
- esse caminho é conhecido;
- é da justiça (vida reta diante de Deus);
- e está associado a um mandamento santo.
Isso elimina a interpretação de que Pedro esteja falando apenas de “conhecimento ético externo”.
5. “Melhor lhes fora não conhecerem…”
Essa frase é decisiva.
Dave Hunt observa que não se pode abandonar aquilo que nunca foi realmente conhecido. A afirmação de Pedro só faz sentido se:
- houve conhecimento real,
- houve participação real,
- houve depois afastamento real .
Se fossem apenas falsos crentes:
- o “último estado” não poderia ser “pior”,
- pois nunca houve um primeiro estado de libertação genuína.
6. As metáforas finais: cão e porca
Pedro usa imagens fortes:
- o cão que volta ao vômito;
- a porca lavada que volta ao lamaçal.
Smelley ressalta que a metáfora não nega a limpeza anterior; pelo contrário, pressupõe que houve lavagem real .
O problema não foi falta de transformação inicial, mas abandono posterior.
7. O erro da leitura determinista
O calvinismo clássico tenta resolver o texto afirmando que:
- essas pessoas nunca foram regeneradas;
- apenas aparentavam estar no caminho.
Roger Olson chama essa abordagem de “exegese defensiva”, na qual o texto é reinterpretado para proteger um sistema teológico prévio .
Nada no texto indica:
- conversão falsa,
- fé apenas externa,
- ou experiência ilusória.
Tudo aponta para apostasia real.
8. Conexão com o ensino geral do Novo Testamento
2 Pedro 2.20–22 harmoniza-se com:
- Hebreus 6.4–6
- Hebreus 10.26–29
- João 15.1–7
- Gálatas 5.4
Todos esses textos ensinam:
- participação real,
- possibilidade real de abandono,
- necessidade real de perseverança.
Vance observa que negar isso esvazia o peso moral das advertências bíblicas .
Conclusão
II Pedro 2.20–22 ensina claramente que é possível conhecer o “caminho da justiça” e depois se desviar dele.
O texto afirma que:
- houve libertação real;
- houve conhecimento verdadeiro de Cristo;
- houve caminhada no caminho da justiça;
- houve depois retorno consciente ao pecado;
- e houve agravamento da condição espiritual.
Isso não significa que a graça falhou,
nem que a salvação seja frágil,
mas que a perseverança é necessária e a apostasia é possível.
Pedro não escreve para especular,
mas para advertir seriamente a Igreja:
conhecer o caminho da justiça implica responsabilidade —
e abandoná-lo traz consequências reais.








Parabéns ao CACP pela série de artigos relacionados, com tantos artigos contundentes ainda assim tem pessoas relutantes em dar as costa a essa doutrina espúria chamada calvinismo, o qual não passa de “profundezas de Satanás” Ap.2:24 – que põe em risco a vida espiritual de muitos.
se um membro da igreja calvinista, é abertamente não-concordante com a postulação calvinista, e sempre rejeita essa tese, ele recebe um processo interno eclesiástico e é desligado da igreja.
Mesmo ele sendo “um eleito” é expulso da igreja, taxado como “não-eleito”.
Está certo isso?
mas no final vç cedeu ao argumento – (TORNA AINDA MAIS DIFICIL DE VOLTAR A SER SALVO ) ou foi excluído ou não foi isto que interteça para nós todos .NJKNJKNJ
Douglas, eu acho que voce tomou uma chicara de chá do santo daime. não fala coisa com coisa.
Errar é humano mais permanecer no erros vira porcos e cachorros.