Dilma agiu para tentar evitar a prisão de Lula, diz Polícia Federal

Grampos da Polícia Federal, com autorização do juiz federal Sergio Moro, indicam que a presidente Dilma Rousseff agiu para tentar evitar a prisão do ex-presidente Lula, nomeado nesta quarta-feira ministro da Casa Civil, pela Lava Jato. O juiz Moro incluiu hoje no inquérito que investiga o petista diálogo em que Dilma afirma a Lula que encaminhará a ele um “termo de posse”, a ser usado “em caso de necessidade”. O diálogo foi gravado no início do mês. As informações foram reveladas pela Globonews.
Extraído do site da Revista Veja em 16/02/2016
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O juiz federal Sergio Moro incluiu no inquérito que tramita em Curitiba uma conversa telefônica entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff, no qual ela diz que encaminhará a ele o “termo de posse” de ministro.
Dilma diz a Lula que o termo de posse só seria usado “em caso de necessidade”.
Os investigadores da Lava Jato interpretaram o diálogo como uma tentativa de Dilma de evitar uma eventual prisão de Lula. Se houvesse um mandado do juiz, de acordo com essa interpretação, Lula mostraria o termo de posse como ministro e, em tese ficaria livre da prisão.
O juiz Moro não pode mandar prender ministros porque eles detêm foro privilegiado.
Ernesto Rodrigues – 13.out.2015/Folhapress | ||
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A presidente Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva durante congresso da CUT em São Paulo |
O juiz vai encaminhar para o Supremo toda a investigação sobre Lula quando chegar o termo de posse de Lula.
A conversa foi gravada pela Polícia Federal, no inquérito que apura a posse do sítio em Atibaia (SP). A hipótese dos investigadores é que o sítio foi doado a Lula por empresas que tinham contrato com a Petrobras, como a Odebrecht, OAS e José Carlos Bumlai, este amigo do ex-presidente.
A informação foi revelada nesta quarta-feira (16) pelo canal “Globonews”. AFolha não conseguiu até o momento ouvir a presidente Dilma e Lula sobre a conversa telefônica.
O ex-presidente, que está sendo investigado pela Operação Lava Jato, anunciou, na quarta, que assumirá a Casa Civil no lugar de Jaques Wagner, que passa a ser chefe de gabinete de Dilma.
Desta maneira, Lula tem foro privilegiado e só pode ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
No dia 4 de março, a Polícia Federal realizou um mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente e no Instituto Lula, além de outros lugares ligados ao petista.
Ele foi conduzido coercitivamente pela PF para prestar depoimento, como parte da 24ª fase da Operação Lava Jato.
Extraído do site da Folha em 16/02/2016